Não é o caso de Markus, que é piloto de testes da equipe e está entrando para tapar um buraco. Mas é o caso de outros nomes, como o do espanhol Roldán Rodriguez ou mesmo o de Nelsinho Piquet. Flavio Briatore está louco para arrumar um cockpit para seu pupilo, já que não quer correr o risco do brasileiro sofrer o mesmo efeito de Heikki Kovalainen: estrear como titular completamente fora de ritmo após passar uma temporada inteira só testando. Suas negociações com Frank Williams, para que Nelsinho assumisse o lugar de Wurz, parecem ter esfriado. A Spyker apareceria então como uma alternativa cabível para este intuito. O espanhol Adrian Vallés, também piloto de testes da Spyker, mas que mal completou uma volta este ano, afirmou que quer uma oportunidade na equipe no GP da Hungria. Eu também queria, Adrian, mas não posso pagar. Você pode?
Voltando a Markus Winkelhock, sua estréia traria consigo uma enorme carga emocional. Ele é filho de Manfred Winkelhock, alemão que corria na Fórmula 1 dos anos 80 e morreu após um acidente no circuito de Mosport em 1985, quando corria de Porsche uma prova do Grupo C no Mundial de Protótipos. O filho tinha apenas cinco anos na época e ficou claramente tocado com o destino do pai. Em sua homenagem, carrega até hoje a aliança de casamento de Manfred em uma corrente pendurada no pescoço.
Para correr em Nürburgring, Markus teve uma boa conversa com a mãe, Martina. “Quando eu era adolescente, havia prometido a ela que não me envolveria com categorias grandes do automobilismo. Mas eu não consegui ficar longe delas. Não é surpreendente o fato dela se preocupar comigo”. Nem um pouco. Mais ou menos na época de seu nascimento, o pai Manfred sofreu um acidente pavoroso de Fórmula 2, mostrado no vídeo abaixo. Mas saiu milagrosamente ileso. Cinco anos depois, não teve a mesma sorte. Mesmo assim, a família seguiu em frente na paixão pela velocidade. O tio de Markus, Joachim Winkelhock, também foi piloto e incentivou demais a carreira do sobrinho. Ele passou pela F-1 em 1989, na equipe AGS, mas o carro era tão ruim que Joachim jamais conseguiu passar da pré-qualificação, uma norma de uma época em que haviam muitas equipes na categoria (Ah... bons tempos!).
Quando completaram 20 anos da morte de Manfred Winkelhock (e de Stefan Bellof também), escrevi esta coluna para o GP Total. Confiram!
Vejam também mais mais sobre Markus e Manfred nos blogs do Speeder, do Rodrigo Mattar e do Pandini. Vale a pena!
6 comentários:
Situação ta foda para a Spyker hein...e que acidente feio foi esse do Winkelhock...tinha que ser em inferno verde
Curioso... meti hoje um post no meu blog sobre o Winkelhock. Acho que não é muito diferente daquilo que fizeste...
http://continental-circus.blogspot.com/2007/07/o-piloto-do-dia-manfred-winkelhock.html
Porta-te!
Oi Speeder, confesso que só agora vi o teu post, mas nada mais natural num dia como o de hoje, com a confirmacao do Markus correndo pela Spyker, né?
Abs e parabéns pelo trabalho!
Muito bom o texto, Ico.
Mas para mim a família Winkelhock continua tendo como principal função mostrar ao mundo que o queixo de Michael Schumacher nem é tão grande assim...
Sempre gostei de Manfred Winkelhock, mesmo não sabendo dos detalhes que contaste acima. É uma pena que ele tenha morrido tão tragicamente. 1985, definitivamente, foi um mau ano para a Alemanha no automobilismo.
Torço para que Marcus se saia bem e consiga a vaga, parece ser um piloto com "pedigree" de corridas. E que consiga o sucesso que o pai e o tio não conseguiram.
Abraços!
Como faleceu o Winkelhock pai?
A perda dele e do Stephan Bellof foram enormes para a Alemanha e para o automobilismo.
Sugiro um 'post' com 'a-volta-dos-que-não-foram', ou seja, relembrar caras que poderiam ter sido muito bons, mas ficaram pelo meio do caminho.
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