Hoje deu tempoparair à Interlagos e já recebi o programaoficial do GP do Brasil. E o conselho a seguirnão é sóporque tem uma matériaminha: se você for à pista, compre-o! Neste ano tive acesso à revista de todas as corridas, e nenhuma possui tantavariedade de matériascomo esta aqui, abordando aspectospoucoconhecidos – masnemporissomenosimportantes – do quecercaumevento de Fórmula 1.
Abaixo, a primeiraparte do materialescritopormim. Literalmente, umaperitivo do quevocê vai encontrar nas páginas do programa. Bomapetite!
+++
A atmosfera glamourosa da Fórmula 1 não se resume apenas a carrosvelozes e mulheres bonitas. Ela é garantida emgrandeparte na mesa. Especialmentenospaddockseuropeus, a comida servida nos motorhomes das equipes é refinada comonosmelhoresrestaurantes do mundo. Nãopoderiaserdiferente, afinal é ali, na mesa, quemuitos dos negóciosmilionários da categoriasão discutidos e acordossão fechados.
É porissoque as equipesnão medem esforçosquando o tema é comida. Os númerosmaisimpressionantessão do motorhome emconjunto da Red Bull e da Toro Rosso. Além de cuidar da fome dos membros de doistimes, os cozinheiros trabalham tambémparacentenas de outras pessoas. Ao lado da Ferrari, ali é o único motorhome abertoparaqualquerpessoa do paddock.
No total, sãocerca de 4 milpratos servidos a cadafinal de semana, quase duas toneladas de alimentossão consumidas. São duas filosofias na hora de escolher o cardápio, como explica um dos chefes de cozinha, Sigfried Thurmer. “Para os convidados, fazemos normalmentepratos da cozinha austríaca. Com a equipe, a busca é deixarambos os lados – o italiano e o inglês – felizes, o quenemsempre é fácil. Hoje, porexemplo, tivemos rosbife e umrisoto”.
Nas outras equipes, principalmente na Ferrari, os pratosque têm massacomobase acabam dominando o cardápio, masnãosão a únicaopção. “Cozinhamos cerca de 50 quilospordia, além de 7 quilos de carneporrefeição. O importante é tervariedade, porquecadaum tem umgostodiferente. Os dias de carnecombatata acabaram”, decreta o inglês Daniel Bell, um dos quatroresponsáveispelacozinha da Renault.
Nas corridasfora do continenteeuropeu, como a do Brasil, o trabalho nas cozinhas é diferente, jáque as refeiçõessãofeitasexclusivamentepara os membros da equipe. “A preparação é maismeticulosa, é precisomuitocuidadoparaempacotar as coisasem Salzburg, porque vai tudoem containeres. Os ingredientesfrescossão comprados no local, o que envolve uma logísticamais compliacada, e cozinhamos sópara a equipe. Mas é gostoso, o ambiente é maisfamiliar e a gente acaba tendo umcontatomaiorcom o esporteporque trabalhamos praticamente dentro dos boxes, o que na Europa acaba não acontecendo”, conta o austríaco Erik Ammer, outro dos chefes da Red Bull.
Nestas provas, a falta de estrutura das cozinhas acaba influenciando também na escolha do cardápio. “Levamos apenasdoischefes, ao invés de quatro, e a comidanão é tão glamorosa. É uma questão de estrutura. Na Europa, temos maisenergia à disposição. No Brasil, porexemplo, não dá paraaquecertanto o forno e fazerumbolo. Bolos e tortassãocoisas difíceis de se fazerporlá”, explica o chefe Bell, da Renault. Nas provasfora da Europa, convidados e jornalistas comem emlocais oferecidos pelaorganização – e umbufêextremamentepopular é o do Bahrein, comqualidadecincoestrelas.
A principalresponsabilidade dos cozinheiros da Fórmula 1, porém, é a de alimentar os pilotos. Paraisso, é precisoseguir à riscaumcardápiorígido, que pode atéinfluenciar o que o resto da equipe come. “Os fisioterapeutas nos dizem o quecozinhar: poucagordura, poucocarboidrato – a nãoserantes da corrida – e muitaproteína. Parasersincero, se o Fernando quercomerfilégrelhado, a equipetambém vai comerfilégrelhado. A comidanão difere muito, talvezapenas os horáriosemque os pilotos comem, eles têm de sermaisespecíficos”, explica Daniel Bell.
A dietaricaemproteína é importanteparaajudar no fortalecimento dos músculos dos pilotos, especialmente no pescoço e na partesuperior do tronco. Apenas no domingo, a escolha do prato recai sobremassa, paraque a doseextra de carboidratos garanta a energianecessáriapara os pilotos agüentarem toda a corrida. Apesar das restrições, os atletassempre tentam satisfazertambémsuasvontadespessoais. “Fazemos umplanejamento no início do anosobre o que podemos e o quenão podemos ter nas refeições. Eutentocomer o queeu quero, dentro das comidasquesão permitidas. Mas, se eu pudesse, comeria maischocolate do que estou comendo agora”, brinca o espanhol Fernando Alonso.
O que une pilotos, fisioterapeutas, mecânicos e cozinheiros é a alegria da últimaprova do anoser no Brasil. Assim, sobramaistempoparadegustar as delícias de umlocal de aprovaçãounânime no paddock: as churrascarias. “Os brasileiros celebram a carne de umjeitoquenão há igual no mundo, é muito interessante. A facilidadecomque os garçons cortam pedaçosfinos é incrível. E tem aquelebufê de saladasimpressionante”, afirma Thurmer, o chefe de cozinha da Red Bull. Para Daniel Bell, da Renault, as paixõessão outras. “Uma das coisasqueeuamo no Brasil é a mussarela de Búfalo. E caipirinha, claro”.
5 comentários:
Anônimo
disse...
Sensacional o texto Ico... cara, faz pouco mais de 2 meses que conheci seu blog. Está mais que de parabéns...já o adicionei nos meus favoritos. Um abraço Márcio
excelente o texto, Ico, este ano não, mas no próximo estou lá e vou pgar mais uma dessas. não sabia que era vc quem escrevia. parabéns, viu? e meu cotovelo está inchado por conta do gp da austrália desde já!:P
Na pauta desse blog, discussõessobre a Fórmula 1 emtodos os seusaspectos: histórias do passado, análises do presente, bastidores da cobertura e curiosidades. E muitamúsicaparatemperar essa mistura de razão com a paixãoque o automobilismo desperta.
Repórter de Fórmula 1 do Grupo Bandeirantes de Rádio, do diário Lance e da revista Racing. Apreciador de boa música, viagens e velocidade. Guitarrista amador, corredor de rua e piloto virtual.
5 comentários:
Sensacional o texto Ico...
cara, faz pouco mais de 2 meses que conheci seu blog. Está mais que de parabéns...já o adicionei nos meus favoritos. Um abraço
Márcio
excelente o texto, Ico, este ano não, mas no próximo estou lá e vou pgar mais uma dessas. não sabia que era vc quem escrevia. parabéns, viu? e meu cotovelo está inchado por conta do gp da austrália desde já!:P
Espero que os organizadores façam o programa chegar no setor A...!
Diziam - não posso confirmar - que o Motorhome da Minardi era o mais disputado nas horas de almoço.
Com o mesmo medo de não ter no Setor A, me adiantei e já comprei a revista oficial do GP no Salão do Automóvel.
muito boa realmente
indico
Piadinha idiota, mas como o cara tira o leite de búfalO pra fazer queijo?
Postar um comentário