A McLaren vai ter de dançaraindamaisbonitoque a personagem de Jennifer Beals no filme “Flashdance” paraconvencer os juízes do Conselho Mundial da FIA a pegarem leve no julgamento do “Escândalo da Mentira”. Serão 29 os nomesquevãodeliberarsobre o tema: Max Mosley, seu representante direto Nick Craw, sete vice-presidentes, 17 presidentes de automóveisclubesnacionais, Bernie Ecclestone (comopresidente da FOM), o presidente da CIK (a federação de Kart) e o da associação dos construtores de automóveis.
No paddock do circuito do Sakhir, ninguém discutia se o time seria punido, massimqual será a punição aplicada. Exclusão do Mundial, suspensãopor uma oumaiscorridas, perda dos pontos conquistados atéagora, multabaixaoualta, todas estas variantes foram citadas, combinadas ounão.
O rebolado da McLaren já começou. O primeiropasso foi a saída de Ron Dennis do McLaren Group – ele passou a comandar a McLaren Automotive, que se desmembrou da empresa e passou a operar de formaindependente, conforme anunciado na semana do último GP da China. O objetivo, claro, seria de acalmar a turma da FIA tirando de cena o arqui-rival de Max Mosley.
Mas o homem do chicote desconfia quetudonão passou de uma cortina de fumaça. Afinal, Dennis continua comosócio minoritário do McLaren Group, dono de 15% das ações. Etodos sabem queele tem voz de decisãotambémsobre os 15% de seusócio Mansour Ojjeh e os 30% dos barenitas. Na prática (mas de maneira dissimulada), eleainda seria o manda-chuvaem Woking. Se acharque é issomesmo, Mosley pode presidir a sessão de amanhãcomsanguenosolhos, sedentoporvingança.
E é aíque entra a turma da Mercedes-Benz emação. O chefão Dieter Zetsche (aqueleque parece umclone do Barão de RioBranco) já avisou nesta semana. “Se houver uma puniçãodesmedida, nós poderíamos repensarnossocompromissocom a Fórmula1”. Umcenárioquearrepia os cabelosbrancos de Bernie Ecclestone. Os alemães fornecem motoresparatrêsequipes do grid. Se resolverem excluir os carrosprateados do Mundial, poderiam atémelar a disputa, deixando a líder Brawn GP e a Force Índia na mão.
Assim, tudo converge para uma penarelativamentebranda, um tapinha na mão (seja na formaque for) seguido porum “isso é muitofeio” comorepreensão. E abrandar a imagem de equipearrogante e trapaceira é o que Martin Whitmarsh anda fazendo no paddock. Antes, a McLaren era o timemais fechado, tantoqueseu motorhome suntuoso e escuro ganhou o apelidojocoso de “Estrela da Morte”.
No Bahrein, porém, seusassessores avisavam a todos os jornalistasque, daqui parafrente, haverá cocktails gratuitos e músicaambientepara o relaxamento dos escribasem todas as corridas. Os colegas ingleses adoraram. Além de preencherem laudas e laudascom o sucesso de Jenson Button, ainda podem ir na McLaren fazer uma moralzinha com Lewis Hamilton. Comdireito a umas biritas na faixa. Ê beleza!
Enquanto uns se refestelam e outros costuram acordospolíticos, a verdadeira vítima deste episódioaindanão encontrou seurumo. Ummecânico da McLaren contou que o ex-diretor esportivo Dave Ryan está “completamente destruído, semsaber o quefazer da suavida”. Depois de 25 anos de dedicação à equipe, parece que o neozelandês acabou completamente ignorado. O ladohumano, como é praxe na Fórmula 1, que se dane.
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Além do julgamento da McLaren, o encontro do Conselho Mundial pode trazer outras surpresas, como antecipei aqui. As equipes saíram do Bahrein semdecidir uma contra-proposta, pediram tempoparaisso. Mas Mosley não é famosopelapaciência. Historicamente, sempre aproveitou a falta de umconsensoentre as equipescomojustificativaparaimporseudesejo. Eu apostaria que amanhã teremos mais uma bomba polêmica relativa ao futuro da Fórmula 1. Aguardemos.
Além de iSport, encontrei hoje notícias sobre a entrada de Campos e Epsilon Euskadi na Fórmula-1. Ambas ainda não oficializaram o boato, mas não deixa de ser interessante notar que seis novas equipes são apontadas como estreantes na categoria em 2010. Claro que não dá pra crer numa farra do boi dessa proporção, mas três novas equipes já seria um número bastante razoável.
O Dave Ryan deveria conhecer uns advogados e fundar a Ryan, Stepney & Coughlan Associates, fornecendo assessoria jurídica para funcionários de equipes de F1...
Poxa Leandro Spectreman, se fosse o Gilmar Mendes tudo acabaria em pizza e habeas corpus suspeitos. A Mclata seria inocentada até da acusação de ser um equipe de F1. Inocentariam até o Karas e o Dr. Gory...
Mas falando sério eu espero que a F1 Sobreviva aos anos Max and Bernie. Mas tá complicado...
Ótimo texto ICO!! A dupla Max e Bernie realmente estão levando a F1 por caminhos obscuros, parece que quanto mais velhos eles ficam, mais se complicam. Eles são que nem os nossos políticos dinossauros: uma vez no poder... até a morte no poder!
Vou postar um outro comentário antes mesmo do post Rubinho x Button
A diferença entre torcer pro Button e pro Rubinho: o Button quando entrou era uma promessa! igual o Hamilton hoje. Só que ele nunca andou em uma equipe "grande": Ferrari, McLarem, Renault... BMW... só em equipes "pequenas". Só que esse ano, ele está andando na melhor equipe do grid, e está correspondendo as espectativas passadas, que ele sempre foi uma promessa! Agora, o Rubinho foi a mesma história!! Era uma promessa que sempre andou muito bem em equipes pequenas... até que ele foi pra Ferrari! Aí ele se mostrou quem ele verdadeiramente era. Ele foi comprado pra ficar la por cinco anos. E esse ano de 2009, chega com o carro sensação, e está levando não só do Button como já de outros pilotos - Vettel, Hamilton ... Então essa é a diferença pros torcedores ingleses para os brasileiros. Eles tem pilotos que, um é atual campeão, e outro confirmou pra que veio na F1; quando surge uma oportunidade, ele vai lá e se garante. Essa é a diferença entre eles! Sem condições de torcer pro Rubinho. Abs
Na pauta desse blog, discussõessobre a Fórmula 1 emtodos os seusaspectos: histórias do passado, análises do presente, bastidores da cobertura e curiosidades. E muitamúsicaparatemperar essa mistura de razão com a paixãoque o automobilismo desperta.
Repórter de Fórmula 1 do Grupo Bandeirantes de Rádio, do diário Lance e da revista Racing. Apreciador de boa música, viagens e velocidade. Guitarrista amador, corredor de rua e piloto virtual.
9 comentários:
Só ficaria preocupado se quem presidisse esse julgamento do dia 29 fosse o Gilmar Mendes.
Ótimas notícias, ICO! Agora conta mais do Barrichello x Button, por favor!
Será que a McLaren está começando a trilhar o mesmo caminho que a Tyrrel fez e que a Williams está fazendo? Quem viver, verá...
Quanto às medidas de restrição de custo, estou animado. Ainda há esperança de ver um grid lotado.
Além de iSport, encontrei hoje notícias sobre a entrada de Campos e Epsilon Euskadi na Fórmula-1. Ambas ainda não oficializaram o boato, mas não deixa de ser interessante notar que seis novas equipes são apontadas como estreantes na categoria em 2010. Claro que não dá pra crer numa farra do boi dessa proporção, mas três novas equipes já seria um número bastante razoável.
O Dave Ryan deveria conhecer uns advogados e fundar a Ryan, Stepney & Coughlan Associates, fornecendo assessoria jurídica para funcionários de equipes de F1...
Poxa Leandro Spectreman, se fosse o Gilmar Mendes tudo acabaria em pizza e habeas corpus suspeitos.
A Mclata seria inocentada até da acusação de ser um equipe de F1.
Inocentariam até o Karas e o Dr. Gory...
Mas falando sério eu espero que a F1 Sobreviva aos anos Max and Bernie. Mas tá complicado...
Ótimo texto ICO!! A dupla Max e Bernie realmente estão levando a F1 por caminhos obscuros, parece que quanto mais velhos eles ficam, mais se complicam. Eles são que nem os nossos políticos dinossauros: uma vez no poder... até a morte no poder!
Vou postar um outro comentário antes mesmo do post Rubinho x Button
A diferença entre torcer pro Button e pro Rubinho: o Button quando entrou era uma promessa! igual o Hamilton hoje. Só que ele nunca andou em uma equipe "grande": Ferrari, McLarem, Renault... BMW... só em equipes "pequenas". Só que esse ano, ele está andando na melhor equipe do grid, e está correspondendo as espectativas passadas, que ele sempre foi uma promessa! Agora, o Rubinho foi a mesma história!! Era uma promessa que sempre andou muito bem em equipes pequenas... até que ele foi pra Ferrari! Aí ele se mostrou quem ele verdadeiramente era. Ele foi comprado pra ficar la por cinco anos. E esse ano de 2009, chega com o carro sensação, e está levando não só do Button como já de outros pilotos - Vettel, Hamilton ... Então essa é a diferença pros torcedores ingleses para os brasileiros. Eles tem pilotos que, um é atual campeão, e outro confirmou pra que veio na F1; quando surge uma oportunidade, ele vai lá e se garante. Essa é a diferença entre eles! Sem condições de torcer pro Rubinho. Abs
Grande visão dos acontecimentos. Este post está 5*. Continue assim!
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