sábado, 30 de janeiro de 2010

TV BLOGO – OS SHOWS DA MINHA VIDA (6 – PINK FLOYD)

Eu passei cerca de cinqüenta dias no meio de 1994 rodando a Europa de trem, com uma mochila nas costas. Foi uma viagem que mudou minha vida, despertando minha paixão por idiomas e por viagens. Foram nove países e dezenas de cidades, mas o ponto alto da minha turnê foi a semana passada em Barcelona. Pelos encantos da capital catalã (que gosto mais do que Madri) e pela oportunidade de ver o show do Pink Floyd no Estádio Olímpico.


Era uma época pré-Internet, mas descobri em Veneza, não lembro como, que eles tocariam em Barcelona no final de julho. Adiantei minha programação para chegar na Espanha uma semana antes do show e, nas primeiras horas na cidade, corri e comprei o ingresso. Ao longo da semana, fiz amizade com uma turma grande do albergue da juventude que também iria no show.


Chegamos no estádio com alguma antecedência e o que mais me chamou a atenção foi a tranqüilidade do público. Estava acostumado aos grandes shows no Brasil, quando muitos ficam espremidos perto do palco como sardinhas em lata mesmo horas antes do primeiro acorde. , ficavam todos sentados pelo amplo gramado. E levantaram quando os primeiros sons ecoaram nas caixas de som.


Foi ali que deu para perceber como funcionava o tão faladosom quadrofônico” desenvolvido pelo Pink Floyd. O som de helicópteros cruzando o estádio era claro, mas você olhava para cima e eles não estavam , apenas passeavam pelas caixas de som espalhadas pelo lugar.


O show em si foi um enorme espetáculo de luzes e imagens também, com uma grande tela circular que mostrava alguns vídeos e servia como referência para todos os efeitos. Era a mesma turnê que ficou consagrada depois no DVD “Pulse”, de onde foi tirado este clip acima.


Era um Pink Floyd sem Roger Waters, mas nem por isso menos imponente ou empolgante. E, sim, a banda tocou todas as músicas de “Dark Side Of The Moon” na ordem, o melhor presente que um fã de Pink Floyd poderia querer. Os cinco minutos que duraram “The Great Gig In The Sky”, então, foi para arrepiar a alma de qualquer um. Ver o saudoso Richard Wright comandando essa, isso sim foi um privilégio que eu tive.

10 comentários:

Rafael Mello disse...

Pois é Ico... Tenho 30 anos e sou frustrado por um nunca poder ter visto os 4 (quiça os 5) tocarem juntos... Quem esteve no Hyde Park e os viu juntos no Live Aid a poucos anos atras, certamente presenciou a história sendo re-escrita...

Pude sentir toda a presença de palco e a genialidade do Roger Waters no seu show solo aqui no Brasil... Foi tambem uma experiencia unica e que de certa maneira me ajudou a entender um pouco, o por que esses caras se separaram nos anos 80: David & Roger são genios e geniosos... A banda se tornou pequena demais para suportar os dois...

Isso, sem falar de Syd Barret.

Esses caras realmente são demais...

Lucas Carioli disse...

Putz Ico. Você realizou um de meus sonhos dourados. O Pink Floyd é, ao lado do Led Zeppelin a banda que mais amo nesse mundo. Queria muito muito mesmo, ter ido à um show deles.

Quando a banda com a formação clássica se reuniu no Live 8 em Londres 2005, eu estava acompanhando meu pai hospitalizado. Só acompanhei pela TV e jornais as notícias da "volta" do Pink Floyd no show que certamente teria ido se as circunstâncias fossem melhores.

Agora com a morte de Rick Wright, o autor da melhor música de todos os tempos (The Great Gig In The Sky), meu sonho não é mais possível.

Alguém me consegue uma máquina do tempo? Hehe...

Ron Groo disse...

Pois é... Para quem - como eu - que só viu o Floyd em DVD (ou vhs, alguém se lembra?) Este show também seria a redenção de um fã deles.
Eu vi os dois últimos em DVD: A delicate sound of a thunder, Pulse.
Claro que gostei, o show de luzes, as projeções e tudo, mas algo me incomodou.

Tinha gente demais no palco.
Três tecladistas, contando com Wright; dois guitarristas acompanhando Gilmour; um percusionista octopode em contraste com o kit extremamente simples de Nick Mason; três backing vocals além de Durga Mc Brown, que canta "The Great" melhor que a vocalista original Clare Torry; uma penca de músicos de sopro.

Ai fui ver alguns shows antigos tipo "Live at Pompei", ou o de lançamento de Animals, ou até alguns da turnê de The Wall para me lembrar do poder e da força que a banda emanava estando no palco apenas com um guitarrista a mais como convidado.

Mas de qualquer forma, melhor um show inflado do Floyd que vinte shows de muita banda nova por ai...

Barata disse...

Pqp! Agora você me matou de inveja! Quando eu comentei na postagem do show dos mutantes que se aquele não tinha sido o melhor show da tua vida eu mal poderia esperar pelos outros, eu não imaginava que você tivesse assistido um show da turnê do Pink Floyd.

E agora, falta o que? Paul McCartney tocando violão e voz em um show surpresa no cavern club? rs!

Paulo Cunha disse...

Eu sei onde Syd Barrett mora!

http://www.youtube.com/watch?v=V6zf7P8eTRI

Ico (Luis Fernando Ramos) disse...

Paulo, genial esse som, valeu pela dica!

Abs!

Klauss disse...

Porra, Ico!

Tu viste o Ten Years After, o Robert Plant e o Jimmy Page, o Pink Floyd....

Definitivamente eu te odeio!

hauahuahua

Brincadeira à parte, desejo boa semana e vamos ver como vai ser essa pré-temporada!

Um abraço!

Klauss disse...

PS.: Minha inveja vai ficar completa se entre os próximo 5 shows tiverem os Rolling Stones e o Paul McCartney, heuehuehueeu...

DocH disse...

Sou mais velho que vcs, e lembro até hoje qdo colocamos " Dark side " na pick up no ap de uma amiga eramos uns 10 foi uma grande tarde. Estranho foi curtir animals e wish nos anos seguintes e poucos muito poucos darem atenção/valor, até o resgate com o Pulse que tenho em CDV - Singapura- .Há bandas muito boas por aí - Dream Theather , Explorer's Club , Spocks Beard , e Clapton é cada vez mais God - viram o show com o Winwood no MSG abçs
DocH

Antonio Mietto disse...

Vou resumir minha relação com o Floyd assim: o David Gilmour me ensinou a tocar violão! Claro que não pessoalmente, mas através de repetições sem fim do Dark Side e do Wish.

Pra mim o Rock Progressivo se divide em dois: Pink Floyd e o Resto (e olha que esse resto tem cada nome de responsa, que só dá pra escrever Resto assim, com maiúscula!)!

e-braço!! :O)