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FIM DO PRIMEIRO TEMPO
O jogo de desenvolvimento dos carros na pré-temporada ficou resumido neste ano a quatro testes coletivos. Uma decisão que contém custos e gera alguma reclamação por parte de pilotos e engenheiros. Mas o espaço disponível é o mesmo para todos e o negócio é sentar e trabalhar. Foi o que fizeram dez das treze equipes nesta primeira metade do mês de fevereiro.
E a impressão que fica é que a Ferrari encerrou este “primeiro tempo” da preparação na frente. Digo isso principalmente pela quilometragem acumulada por seus pilotos nos sete dias de atividade. Foram 3.402, mais que a distância de onze grandes prêmios. Mais que o cronômetro, o que conta agora é entender o funcionamento do carro com os diferentes níveis de combustível e com os novos compostos de pneus feitos pela Bridgestone.
Assim, o time saiu de Jerez muito satisfeito, mesmo sem chegar perto da melhor marca da semana, feita pela McLaren de Lewis Hamilton. Se levarmos em conta que ela foi feita numa seqüência curta de voltas e foi cerca de dois segundos superior à que ele tinha até então no teste de ontem, dá para concluir que foi um claro teste de “flying lap do inglês”.
Pelos relatos múltiplos que vieram dos testes, nos sites e no twitter, a equipe de Felipe Massa e Fernando Alonso impressionaram também pela constância dos tempos nos “long runs”, que buscam simular o ritmo de corrida. Mas a palavra também é que a performance das principais equipes é muito próxima. Os dois próximos testes serão decisivos para ver com mais clareza quem chegará ao circuito do Sakhir com as melhores cartas. Uma informação importante: as primeiras atualizações aerodinâmicas significativas em relação aos carros que foram apresentados devem ser aplicadas agora.
Os outros dois brasileiros tiveram motivos para sorrir após os testes de Jerez, e não só pela oportunidade de ver os galácticos do Real Madrid em ação contra o time local. Rubens Barrichello e Nico Hulkenberg completaram todo o trabalho inicial com o motor Cosworth. O piloto brasileiro é tido pelos engenheiros da F-1 como um especialista em avaliar e opinar sobre o desempenho de um motor e será instrumental para que a fabricante inglesa esteja com uma boa performance no dia 1° de março, quando fará a homologação do CA2010. Por conta desse foco, a impressão que fica pela fala dos pilotos é que a Williams ainda não pôde trabalhar muito no acerto básico do carro. Mas terá tempo de sobra para resolver isso nas próximas semanas.
A Virgin teve um início mais duro do que se poderia imaginar: a falta de peças de reposição deixou o carro na garagem enquanto a pista esteve molhada. No seco, o estranho problema com a asa dianteira atrapalhou ainda mais a programação. Mas Lucas di Grassi pôde completar no último dia quase a distância completa de um GP. E, com o carro pesado, obteve um tempo animador, indicando que a diferença do VR-01 para o pelotão intermediário é muito menor do que os problemas iniciais sugeriam.
A pré-temporada continua nesta semana, com os carros na pista de quarta à sábado em Jerez de la Frontera. A Lotus se junta aos times já em atividade, enquanto as areias do tempo continuam correndo contra a Campos e a USF1.
3 comentários:
Ico, pra variar, a melhor análise dos testes de pré-temporada. Sem as famosas 'abobrinhas' que outros blogueiros/jornalistas e afins costumam soltar por aí.
Abraço e keep up the good work!
Falando Sério, camarada Ico: Você já tinha sido piloto, ou trabalhou em alguma equipe de preparação de carros de corrida antes de se tornar jornalista?
Sei que sua capacidade já tinha sido anteriormente elogiada, e o é constantemente, mas a qualidade e riqueza de detalhes das suas opniões sobre as coisas é impressionante!
Vejamos, qual é a riqueza de detalhes para refinar no GPL?
Jogar este jogo dá uma boa experiência para analisar as coisas seriamente no mundo real?
Um grande abraço do fundo do meu coração vermelho de outubro de 1917,
Atenágoras Souza Silva.
Excelente análise!
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