MAIS UMA PLÁSTICA

Já era antiga a idéia de ampliar o traçado de Silverstone usando um trecho que explorasse a área interior do traçado original. As reformas estão em curso e hoje foi decidido que a “New Arena” será utilizada já neste ano. Ainda é cedo para dizer que tipo de efeito o novo desenho vai ter na qualidade das corridas. Tivemos lá grandes épicos no seco (vitória monumental de Rubens Barrichello em 2003) e também no molhado (em 2008, Hamilton à parte, foi uma prova cheia de alternativas). Mas também houve um punhado de corridas chatas por lá, a do ano passado é um exemplo.

De qualquer jeito, a impressão inicial é que foi um retoque desnecessário num dos últimos circuitos de tradição da Fórmula 1. Me parece que a principal preocupação dos organizadores foi criar espaço para novas arquibancadas e, assim, garantir mais da principal fonte de renda que possuem para pagar as altas taxas cobradas por Bernie Ecclestone. Mas o calendário está cheio de pistas mais insossas, que mereciam realmente uma recauchutagem. Silverstone era um templo da velocidade que começou a entrar na faca em 1975, foi mutilada em 1991 e ganha agora uma nova dose de botox. Hockenheim sofreu do mesmo mal. Monza e Spa se adaptaram aos tempos modernos, mas pelo menos preservaram o charme de suas características originais. Só que a idéia de um GP em Roma e as brigas com os ecologistas belgas nos fazem vislumbrar uma F-1 sem nenhuma pista de alta (talvez com a exceção de Suzuka). Era mesmo preciso?