MEU REINO BARENITA

Foi uma pequena epopéia, a viagem até Manama. Nem tanto pelos vôos, que foram tranqüilos salvo leves trepidações por conta das rajadas de vento. Mas quase fiquei em terra na escala no aeroporto do Cairo, de longe o mais confuso que eu já conheci. Tudo por conta de uma burocracia entre as brilhantes Egypt Air e Gulf Air, que faziam o vôo no “codeshare”. Uma exigia um papel que a outra jamais me deu. Embarquei depois de presenciar uma intensa discussão entre funcionárias das duas companhias, sem o tal do papel e sob um riso irônico de um funcionário do aeroporto: “você nos deu muito trabalho”. Obrigado, igualmente.

O estorvo foi devidamente recompensado pela ocupação do meu reino. A organização do GP do Bahrein é uma das poucas que ajuda os jornalistas centralizando as reservas de hospedagem. E, ao invés de hotéis tradicionais, ocupamos flats enormes. Estou sozinho num de dois quartos grandes e uma sala enorme com um gigantesco Home Teather. A decoração é de gosto duvidoso mas deliciosamente pitoresca, com muito cetim e mesclando tons de vinho com dourado. Fica no sexto andar, com uma vista generosa proporcionada por amplas janelas de vidro. Ainda que o visual de Manama não tenha muito a oferecer além de construções feias e monocromáticas, é sempre bom se sentir um verdadeiro sheikh por uns dias. E pagando preço de eunuco.