quarta-feira, 1 de setembro de 2010

EXPLORANDO SPA


Foi um final de semana para conhecer de perto todas as facetas de um dos circuitos mais incríveis do mundo. Spa-Francorchamps sempre fascinou por sua história, iniciada em 1922 e por suas passagens características: o grampo “La Source”, a famosa “Eau Rouge”, a longa “Burnenville”, a insana “Masta”, a traiçoeira “Stavelot”.

Conheci o traçado original através do insubstituível game “Grand Prix Legends” e não foi difícil reconhecer parte dele no trecho que me leva da pista até a vila de Malmedy, onde me hospedo todos os anos. Foi esse trajeto que gravei especialmente para vocês no vídeo acima. Quem conhece o jogo pode comparar as imagens com a versão virtual. Quem não conhece, pode imaginar que loucura era acelerar numa pirambeira dessas com uma baratinha dos anos 60 com o asfalto molhado.

Mas a segunda-feira ainda me reservou uma surpresinha. Voltei ao autódromo para buscar minha câmera fotográfica que havia esquecido na van que nos leva até o estacionamento de imprensa fora do circuito (ê cansaço de fim de domingo). Quando me dirigia para a saída, vi um carro entrando na pista na altura da Blanchimont e resolvi seguí-lo. Com o pisca alerta ligado e em velocidade de cruzeiro, como reza o bom senso e como faziam todos ali, afinal havia trechos bem movimentados.

Mesmo assim foi muito interessante o passeio. A Eau Rouge é mesmo um paredão e, sem impulso, o motor modesto do Fiat Punto alugado pediu uma marcha menor na saída. A Rivage, onde Hamilton escapou no domingo, tem uma mudança de nível bem mais acentuada do que eu imaginava pelas imagens da tevê. E a Pouhon, aquele gancho duplo à esquerda em alta velocidade, é mesmo de prender o fôlego.

Saí da pista por onde havia entrado e deixei o autódromo por uma saída que não conhecia, ali perto da Blanchimont mesmo. Foi aí que percebi que estava novamente no circuito antigo, mas na direção contrária: peguei retas longuíssimas até chegar na Stavelot, fiz ela à esquerda e subi rumo à Masta. Deixa mesmo a Eau Rouge no chinelo. Um ‘S’ traiçoeiro e feito em altíssima velocidade. E com casas na beira da pista prontas para receber o impacto de quem não conseguir negociar o trecho com sucesso.

Arrepia só de imaginar.

9 comentários:

Verde disse...

A Spa-Francorchamps antiga com sua inigualável Masta Kink faz a atual parecer coisa de criança. Uma verdadeira pista das antigas, com retões intermináveis, curvões gigantescos e pouquíssimos trechos de baixa velocidade.

Ico, queria que você desse uma olhada nesse texto que escrevi sobre essa versão antiga: http://bandverde.wordpress.com/2010/06/08/calendario-do-verde-spa-francorchamps-1947/

Abraços!

Marcelo Urânia disse...

lembro dessa reta por causa do filme. massa demais esse circuito! lenda total. previso ver uma corrida nesse TEMPLO. abs

Ron Groo disse...

Ma ra vi lho so!

Spa é lindo demais, a Belgica me parece ser linda pra caramba.
Sempre sonhei e poder andar nesta pista em dias comuns, de trafego normal...
Obrigado Ico.

Juliano GO disse...

Ico,
Muito legal!
Obrigado por compartilhar com seus leitores.
A Bélgica parece um país muito bonito e interessante de se visitar, quem sabe um dia.

abraços!

Paulo Cunha disse...

Muito legal!

Vasconcelos disse...

Ico, tem uma adaptação dessa pista antinga de Spa para o Rfactor. Devo confessar. Com o Mod 1985 é um tesão sem tamanho pilotar lá. O ronco do BMW 1.5 turbo da Brabham ensurdece e é praticamente pé embaixo a volta toda. Mas com os Mods recentes da F1 perde a graça, é cravado todas as curvas. Fica chato tem muita pressão aerodinâmica. Abraço Ico.

Alan Lopez disse...

Excelente Ico , essa Burnenville escorrega muito no gpl , de raio longuíssimo , depois , um S de alta (Malmedy) que faz a traseira do carro querer ir embora . O circuito de 14.120km era pra quem tinha "cojones" realmente. O murinho de concreto do lado esquerdo da reta que leva pra Masta ainda está lá.

Euler disse...

Ico,
Em janeiro de 2001 eu voltava da Alemanha com destino a Paris. Eu pretendia passar por Luxemburgo mas, na última hora, segui rumo a Aachen, na fronteira belga, com intuito de viajar até Paris numa única etapa. Como não estava longe de Spa, fiz um desvio ao Sul por estradas vicinais, algumas pavimentadas, outras de terra mesmo, por entre a floresta e fazendas. Saí no meio da descida para a Eau Rouge, bem defronte ao paddock velho. Rodei pelo circuito várias vezes, menos pela variante após a Les Combes que fica fechada (o que me obrigou a fazer o circuito velho). Acho que dei umas 4 voltas completas -- sensacional!
Como brinquei muito, precisei dormir em Auxerre, norte da França, mas valeu muito a pena. Spa é fantástica!

Ituano Voador disse...

Ico, é impressão minha ou a Masta está um pouco mais 'aplainada'? No GPL a impressão do mergulho no S é maior...