Chegando ao aeroporto de Pudong, encontro muitos fãs esperando os pilotos que também desembarcam dos vôos vindos da Europa. Algumas meninas que nem chegaram à maioridade levantam uma grande bandeira alemã na qual colaram umas letras de cartolina para fazer a palavra “Vettel”. Riem animadas com o gesto, um sorriso que certamente animará o simpático piloto da equipe Red Bull assim que ele se confrontar com a pequena homenagem.Mas todos sabem que a empolgação dessa turma é apenas uma exceção à regra. A verdade é que o Grande Prêmio da China, no calendário desde 2004, jamais foi o sucesso de público que se esperava. Muito pelo contrário. O imponente circuito de Xangai sempre hospedou provas com baixíssimas atendências. E isto apesar dos organizadores, diante da tímida venda de ingressos, criarem o hábito de lotar alguns ônibus de última hora para colocar gratuitamente alguns torcedores nas tribunas, minizando o impacto visual dos assentos vazios.
A taxa anual que é paga para Bernie Ecclestone é uma das maiores da temporada: cerca de 50 milhões de dólares, pelo que se sabe – e o que se sabe dos contratos do manda-chuva da Fórmula 1 é sempre muito pouco. E a única maneira de um organizador equilibrar as contas é com a venda de ingressos que, sabemos, é irrisória, já que o preço dos mesmos é completamente fora da realidade local.
Diante dessa realidade, a prova chinesa chega agora a seu último ano de contrato vigente dando a forte impressão de que este não será renovado. O rombo nos cofres públicos de Xangai é grande demais para valer a pena o retorno de imagem que a prova gera. E o homem responsável por trazer a categoria para o país, Yu Zhifei, está preso desde janeiro de 2008 por corrupção.
Certamente o intenso terremoto de ontem na província de Qinghai serviu como um lembrete de que o país tem outras questões mais significativas para resolver. A cultura pode ser fantástica e as cidades, interessantes. Mas a China nunca combinou com a Fórmula 1, e vice-versa. As duas partes nunca estiveram tão perto de perceber e aceitar isso.
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Como o Blogger é um site bloqueado na China, estou contando com a ajuda inestimável de amigos para publicar algo nesse final de semana, como o texto acima, que está também na edição de hoje do Lance. Interagir nos comentários, porém, vai ser impossível. Mas fiquem tranqüilos, a partir de segunda, nos livraremos das amarras e voltaremos com a qualidade habitual!
A taxa anual que é paga para Bernie Ecclestone é uma das maiores da temporada: cerca de 50 milhões de dólares, pelo que se sabe – e o que se sabe dos contratos do manda-chuva da Fórmula 1 é sempre muito pouco. E a única maneira de um organizador equilibrar as contas é com a venda de ingressos que, sabemos, é irrisória, já que o preço dos mesmos é completamente fora da realidade local.
Diante dessa realidade, a prova chinesa chega agora a seu último ano de contrato vigente dando a forte impressão de que este não será renovado. O rombo nos cofres públicos de Xangai é grande demais para valer a pena o retorno de imagem que a prova gera. E o homem responsável por trazer a categoria para o país, Yu Zhifei, está preso desde janeiro de 2008 por corrupção.
Certamente o intenso terremoto de ontem na província de Qinghai serviu como um lembrete de que o país tem outras questões mais significativas para resolver. A cultura pode ser fantástica e as cidades, interessantes. Mas a China nunca combinou com a Fórmula 1, e vice-versa. As duas partes nunca estiveram tão perto de perceber e aceitar isso.
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Como o Blogger é um site bloqueado na China, estou contando com a ajuda inestimável de amigos para publicar algo nesse final de semana, como o texto acima, que está também na edição de hoje do Lance. Interagir nos comentários, porém, vai ser impossível. Mas fiquem tranqüilos, a partir de segunda, nos livraremos das amarras e voltaremos com a qualidade habitual!
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14 comentários:
Já havia ouvido falar a respeito desse fracasso em relação ao público no GP da China, inclusive ano passado lembro dos comentários a respeito de levar estudantes para o circuito a fim de aproximá-los desse mundo. É um circuito maravilhoso o de Xangai que certamente estará fora do calnedário de 2011, uma pena mesmo! Parabéns pelo post!
Carai véi, tenho pena dos chineses! Privar o acesso à informação em pleno século 22 demonstra que o ser humano ainda tem que evoluir muito cara... lamentável.
Depois de preso o nome dele passou de Yu Zhifei para "Yeu Zhiferrei". Hauahauh.
Sem graça, mas dá pra levantar o astral do pessoal. E se isso não funcionar, lembrem-se que amanhã já tem treino! Final de semana com GP é outra coisa... =)
Abraços meus amigos!
Boa Tarde.
Uma pena ver uma corrida em ritmo de despedida. Tudo bem que o quesito investimento/retorno contam nessas horas, nada contra, mas o esporte e, principalmente o público perdem. E olha que nem precisa tantos chineses assim gostarem, só 1/3 de 1/4 já dava uma boa galerinha hein...
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Permita-me uma sessão in memoria - 15 de abril, corrida nos próximos dias me lembram alguém especial. Ouvia dizer que em 1979, nesta data, o automobilismo brasileiro passava por um importante acontecimento.
Valeu!
:>)
É incrível, a China conseguiu virar uma grande potência econômica se fazendo valer ao mesmo tempo do pior do comunismo e do pior do capitalismo.
Sem contar com o seu descaso pelas questões ambientais.
E o mais grave é que isso se tornou modelo no mundo.
E ainda teve o terremoto dessa semana, para acabar de vez com o (pouco) animo dos chineses.
Eita regime político....
A F1 não deveria nem ter entrado aí.
Bem que a pista do Algarve poderia entrar no lugar, né. Aquilo é 10x mais pista que essa da china, e é na europa.
Abaixo a censura, pô.
Mas enfim, a prova da China nunca teve muito a ver com a F-1. E adoraria ver uma pista mais tradicional (mesmo que européia) entrar no lugar do GP chinês, o problema é que se a China sair, é capaz do Bernie levar a prova para Koréia, ou algum lugar assim.
A categoria deveria voltar a Paul Ricard, ou Jerez.
Mas enfim.. boa sorte ai, Ico, mesmo que tu não vá ler aqui, hehe.
É... Olha ai que beleza... Ditaduras de direita, ditaduras de esquerda e sempre quem se dana é a liberdade de expressão...
O GP Chinês, penso eu, não vai deixar muitas saudades não.
Apesar da beleza do autódromo, claro.
É muito ruim ter de acordar as três e meia da matina, fazer um café forte e acompanhar a corrida. Como fanático eu não deixo de ver, mas com a idade chegando...
Num instante a China faz uma F1 pirata, mais baratinha e divertem-se.
pois é, isso é consequencia da poliitca de seu Bernie de levar provas para onde pagam mais para ele, locais sem identidade com o "puro" automobilismo entraram no calendário e aos poucos vai se percebendo que não existe um comprometimento de longo prazo, enquanto isso seu Bernie continua pressionando, chantageando, os poucos locais que ainda tem a haver com o mais tradicional, mas comprometido com a categoria, a poucos dias por coincidencia ele voltou a dizer que quer fazer provas em Nova York e Moscou, querem saber duvido que essas cidades tenha real interesse, Nova York...ridiculo os americanos estão se lixando para a F1, mas é uma boa forma de pressionar quem não quer pagar 50 milhões de dolares para estar no calendário
Outros circuitos não faltam (Jerez, Laguna Seca, Surfers Paradise - de rua, com o título GP Pacific), Paul Ricard, Road America, Kyalami, Osterreichring,etc). Mas encenando a questão da parte política, como é nojento e repugnante esta questão de proibir o acesso das pessoas à internet e notícias por um governo não?? Nem a questão de ser um ato cultural da civilização sínica consegue fundamentar algo horripilante.
Mas china está garantida para 2011.
Impressionante. Apesar de todos os contras, Eclestonne já guardou o lugar do GP da China no mundial 2011.
Pra assegurar um lugar pro GP do Canadá foi um sacrificio e muita conversação. A pista canadense tem um otimo traçado, muito publico, disputas emocionantes mas mesmo assim quase não entra neste mundial.
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