A edição da revista “Racing” deste mês traz uma matéria especial que eu fiz sobre a história da equipe Eagle na Fórmula 1, trazendo um interessante contraponto com a natimorta USF1. Para fazer o material, tive o prazer de bater um ótimo papo por telefone com um dos meus grandes ídolos no automobilismo. Dan Gurney, que vai completar 79 anos de idade na próxima terça-feira, esbanjou uma simpatia enorme. Vez por outra não se lembrava do ano de um acontecimento ou de um nome, mas no geral estava sempre bem disposto a recordar alguma boa história do passado.
Como essa acontecida em Spa-Francorchamps, em 1966. Foi a famosa corrida em que o grid inteiro foi surpreendido por uma cortina de chuva na curva Burnenville no meio da primeira volta, todos equipados com pneus slicks. Muitos rodaram ali mesmo, Jackie Stewart foi um deles, no acidente que lhe abriu os olhos para os baixíssimos níveis de segurança da época. Gurney lembra que passou pela confusão incógnito, tirando tanto o pé que foi ultrapassado até pelo “camera car” pilotado por Phil Hill, que colhia imagens para o filme “Grand Prix”.
Mas o mais incrível aconteceu no meio da prova, quando ele teve de encontrar um lugar seguro para estacionar sua Eagle no meio da pista para um pit stop diferente. “É uma dessas coisasque acontece. Normalmenteeu tomava muitaáguaantes das corridas, o queerafundamental num diaquente. Mas naquele dia estava frio e chuvoso. Entãoeu tive de pararparatirarumpouco daquela água”. Perguntei se não foi possível fazer dentro do cockpit. Ele riu. “Não, eu juro que eu tentei, masnão consegui. Então, paraevitarqueeu explodisse internamente, eu parei na pista e resolvi o problema”.
No ano seguinte, sem nenhum contratempo fisiológico, Gurney comemoraria em Spa a única vitória da Eagle em uma corrida de F-1 válida pelo Mundial.
Nós mulheres sabemos o que é " ter que parar" qdo estamos apertadas...
. Aos 79 anos perdendo uma data aqui, outra acolá, Dan está ótimo. (Eu, com 31, já me perco)
. Sobre a matéria, vejo de bom grado papos com ex-pilotos, saber e sentir a veracidade do que era ser pego de surpresa pela chuva, todos, realmente todos com slicks...sem essa de meteorologia previu.Nostalgias bem à parte, valorizo todos os tempos, mas o desses caras no passado era cada um por si e o além contra todos. Vamos no braço, com a cara e com a coragem.
Pelo menos essa é a impressão de uma leiga no assunto, mas que aprecia velocidade com moderação. .
Primeira vez comentando, muito bacana o conteúdo e vou recomendar.
para recordar e aumentar o conhecimentos dos internautas foi em 1971 que os pneus ficaram totalmente slicks como tal qual conhecemos hoje, ou seja sem nenhuma ranhura, em 1966 o que era considerado pneu para tempo seco tinha umas poucas ranhuras, insuficientes para drenar o volume de agua que caiu naquele momento nessa corrida, mas eram suficientes para pequenas garoas,naquela epoca não havia como hoje tanta neura em cima do clima já que não haviam pits stops,esses pneus de seco seriam o que conhecemos hoje como intermediários, mas bela recordação por coincidência antes do acesso ao blog estava lendo a racing que voce cita, espetacular ,abs
Puxa, Dan Gurney é fera. Não era ele o piloto que Clark mais respeitava, em termos de pilotagem? E Spa antigo é um show de pista... já assusta correr lá no GPL, imagina 'na real'. E a Eau Rouge que o amigo aí em cima mencionou não chega perto da Masta. Naqueles tempos tinha que ser macho para pilotar um F1. Hoje, com esses tilkódromos, perde-se até a graça...
Não sei se naquele tempo era assim, mas o John Surtees se arrebentando em uma cerca de madeira, rasgando a perna e matando dois espectadores e ninguém nem ai pra isso é de se assustar comparado a hoje em dia.
Nick, não é o John Surtess, mas "Jean-Pierre Sarti", o personagem interpretado por Yves Montand no filme. A cena é um dos pontos dramáticos do filme, recomendo fortemente para todos os que nunca assistiram.
Na pauta desse blog, discussõessobre a Fórmula 1 emtodos os seusaspectos: histórias do passado, análises do presente, bastidores da cobertura e curiosidades. E muitamúsicaparatemperar essa mistura de razão com a paixãoque o automobilismo desperta.
Repórter de Fórmula 1 do Grupo Bandeirantes de Rádio, do diário Lance e da revista Racing. Apreciador de boa música, viagens e velocidade. Guitarrista amador, corredor de rua e piloto virtual.
9 comentários:
Fantástico!
Boa Tarde
Nós mulheres sabemos o que é " ter que parar" qdo estamos apertadas...
. Aos 79 anos perdendo uma data aqui, outra acolá, Dan está ótimo. (Eu, com 31, já me perco)
. Sobre a matéria, vejo de bom grado papos com ex-pilotos, saber e sentir a veracidade do que era ser pego de surpresa pela chuva, todos, realmente todos com slicks...sem essa de meteorologia previu.Nostalgias bem à parte, valorizo todos os tempos, mas o desses caras no passado era cada um por si e o além contra todos. Vamos no braço, com a cara e com a coragem.
Pelo menos essa é a impressão de uma leiga no assunto, mas que aprecia velocidade com moderação.
.
Primeira vez comentando, muito bacana o conteúdo e vou recomendar.
;>)
Vi uma entrevista com o Emerson onde ele contava que certa vez se "aliviou" dentro do cockpit!
Achei muita graça disso!
Lindas as imagens do filme!
Ico,
para recordar e aumentar o conhecimentos dos internautas foi em 1971 que os pneus ficaram totalmente slicks como tal qual conhecemos hoje, ou seja sem nenhuma ranhura, em 1966 o que era considerado pneu para tempo seco tinha umas poucas ranhuras, insuficientes para drenar o volume de agua que caiu naquele momento nessa corrida, mas eram suficientes para pequenas garoas,naquela epoca não havia como hoje tanta neura em cima do clima já que não haviam pits stops,esses pneus de seco seriam o que conhecemos hoje como intermediários, mas bela recordação por coincidência antes do acesso ao blog estava lendo a racing que voce cita, espetacular ,abs
Eu não me canso de assistir o Grand Prix, e as imagens de Spa são demais, sob chuva e tal.
Se a Eau Rouge hoje já é linda e complicada... Imagina à época.
Muito piloto devia ter pesadelos com ela.
Puxa, Dan Gurney é fera. Não era ele o piloto que Clark mais respeitava, em termos de pilotagem?
E Spa antigo é um show de pista... já assusta correr lá no GPL, imagina 'na real'. E a Eau Rouge que o amigo aí em cima mencionou não chega perto da Masta.
Naqueles tempos tinha que ser macho para pilotar um F1. Hoje, com esses tilkódromos, perde-se até a graça...
Não sei se naquele tempo era assim, mas o John Surtees se arrebentando em uma cerca de madeira, rasgando a perna e matando dois espectadores e ninguém nem ai pra isso é de se assustar comparado a hoje em dia.
Nick, não é o John Surtess, mas "Jean-Pierre Sarti", o personagem interpretado por Yves Montand no filme. A cena é um dos pontos dramáticos do filme, recomendo fortemente para todos os que nunca assistiram.
Abs!
Aliás, 79 anos completados exatamente hoje!!!
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