Passada a tempestade da guerrapolíticaentre a FIA e a FOTA, na qual a existência da Fórmula 1 como conhecemos chegou a ser questionada, a categoria vai colocando ordem na casa e mostrando suacarapara 2010. E é definitivo: sessenta anosdepois de suacriação, ela vai passarpelamaiorrupturacom o passado de suahistória.
Uma série de mudanças de filosofia confirma isso. Depois de anos fomentando a qualidade (ou, talvez, o gigantismo do aporte financeiro) emdetrimento à quantidade, a categoria vai ter o grid inchado comequipesnovas: umas mais, outras menos sérias. A pontuaçãotambém será radicalmente alterada paracontemplarumnúmeromaior de participantes e se adaptar à novarealidadecomercial da categoria.
A diferençaaqui é grande. A filosofia das montadoras sumiu, elasque abriam uma vastatorneira de dinheiro, de cujoesgoto surgiu Paragon, carrosecológicosoueventos de custoselevados e gostosdiscutíveis – mastambémuminvestimento de marketingque deu umretornohistórico à Fórmula 1, mesmocom a qualidade do espetáculo deixando muito a desejar. Agora chegou a vez dos investidores: Vijay Mallya (Force Índia), Toto Wolff (Williams), Richard Branson (Virgin), Tony Fernandez (Lotus) e o potencialcomprador da Renault Gerard Lopez sãohomensquesó entram emumnegócioquando vislumbram umretornorápido e efetivoparaseusinvestimentos. Custosbaixos e uma receitacrescente do bolo da FOM permitiu essecenário interessante paraeles. E a FIA os recebeu de braçosabertos, ampliando a zona de pontuação. Ficou claro o motivo da mudançaagora?
A novaFórmula 1 tambémquebra a tendência dos recordistas de precocidade, inaugurada por Fernando Alonso e que continuou em Lewis Hamilton e Sebastian Vettel. A interdição dos testes é a responsávelporisso. “Enquantocontinuar essa regra, posso correraté os 50 anos de idade”, foi a brincadeiraque testemunhei esseano de Rubens Barrichello com Pasquale Lattuneddu, braço-direito de Bernie Ecclestone. O brasileiro está certo, se tornou uma mercadoria valorizada no mercado. Assim, não é de se espantar o interesse de muitas das equipesnovasemgentecomo Jarno Trulli, Alexander Wurz e Pedro de la Rosa. E mesmo dos trêsestreantes confirmados atéagora, dois deles (os brasileiros) já passaram dos 25 anos e acumulam pelomenos duas temporadas na GP2, sendo escolhas experimentadas e seguras de seusempregadores.
E a cereja nesse bolo é o retornoiminente de Michael Schumacher às pistas. Comoeujá discutia com o Celso Miranda e o Odinei Édson no “Pole-Position” do sábado, o testecom o F2007 emagosto reacendeu a chama do alemãoemrelação à Fórmula 1. E uma conjunçãoincrível de fatores está convergindo parapermitirqueele encontre umcockpitatrativoparavoltar. Melhornotíciaimpossível, uma que irá despertaruminteresseenorme na categoria.
Cominvestidores, fim das estratégiasnosboxes e dos treinos classificatórios opacos, novostimes, novapontuação e nomesantigos, a Fórmula 1 vai entrarem 2010 com uma caracompletamente renovada, rompendo radicalmentecom o passado. E eu insisto: pelaqualidade das corridas a que assistimos em 2009, uma mudança dessa magnitude vem em ótima hora. Ainda é muito cedo para dizer se vai dar certo, mas a tentativa é sempre válida.
11 comentários:
Anônimo
disse...
Ico, Esse dominio dos investidores é o q acontece em todos ramos de atividade. Mas há o temor da saída intempestiva (a la equipes japonesas) se os negócios nao corresponderem no "ritmo dos negocios". Isso é ruim. Ingredientes p/ uma supertemporada existem, mas vai depender dos dirigentes e fiscais colocarem o esporte em primeiro plano. FOTA x FIA e lambanças de fiscais torraram nossa paciência nas 2 últimas temporadas. LET THE DRIVERS RUN
Ico, Esse dominio dos investidores é o q acontece em todos ramos de atividade. Mas há o temor da saída intempestiva (a la equipes japonesas) se os negócios nao corresponderem no "ritmo dos negocios". Isso é ruim. Ingredientes p/ uma supertemporada existem, mas vai depender dos dirigentes e fiscais colocarem o esporte em primeiro plano. FOTA x FIA e lambanças de fiscais torraram nossa paciência nas 2 últimas temporadas. LET THE DRIVERS RUN
realmente se essa ruptura vier e fazer das corridas boas, eu agradecerei. Todos agradecerão. Mas essa pontuação eessas equipes novas meio suspeitas...sei não, estou com o pé atrás...
Tambem estou animado com essa próxima temporada. O fim do reabastecimento e os treinos de sábado onde o mais rápido é quem fica com a pole e não o mais leve devem melhorar o espetáculo.
Agora só faltava proibir claramente no regulamento os duplos difusores, pois eles vão contra a ideia original de facililitar as ultrapassagens através da introdução das asas maiores na frente e mais altas na traseira dos carros.
Quando são justo as mudanças que tornam o esporte uma comédia, a mudança em si passa ser uma doença. Combater mudança com mais mudança é aumentar a doença...
Precisamos é de um antídoto pra essa filosofia robotizada da mudança. Ainda acho que o buraco é mais embaixo, especialmente lá nos anos 60 e 70...
eu ouço tantos comentários desfavoráveis a estas mudanças, dizendo que essa não é mais a F1, pois F1 é jogar fora bilhoes para cada corrida e ter só o máximo do máximo...
nao concordo: talvez esta seja "de novo" a F1, depois desses anos destorcidos só jogando fora milhoes...
a historia da f1 é feita de lotus, willams, mclaren e ferrari (de uma vez!), que originariamente eram apenas uns apaixonados do esporte que construivam chassis e as vezes motores artesanalmente... treino nem existia, era só sexta sabado e domingo... aquela era F1!
Quanto aos testes ,sou a favor do esquema atual ,acho que o Kobayashi é prova de que ,piloto bom senta e manda ver,acho que vai ser melhor quanto a qualidade.
Se o cara for meia boca não terá chances de pegar a mão e assim a roda anda.
Na pauta desse blog, discussõessobre a Fórmula 1 emtodos os seusaspectos: histórias do passado, análises do presente, bastidores da cobertura e curiosidades. E muitamúsicaparatemperar essa mistura de razão com a paixãoque o automobilismo desperta.
Repórter de Fórmula 1 do Grupo Bandeirantes de Rádio, do diário Lance e da revista Racing. Apreciador de boa música, viagens e velocidade. Guitarrista amador, corredor de rua e piloto virtual.
11 comentários:
Ico,
Esse dominio dos investidores é o q acontece em todos ramos de atividade. Mas há o temor da saída intempestiva (a la equipes japonesas) se os negócios nao corresponderem no "ritmo dos negocios". Isso é ruim. Ingredientes p/ uma supertemporada existem, mas vai depender dos dirigentes e fiscais colocarem o esporte em primeiro plano. FOTA x FIA e lambanças de fiscais torraram nossa paciência nas 2 últimas temporadas. LET THE DRIVERS RUN
Ico,
Esse dominio dos investidores é o q acontece em todos ramos de atividade. Mas há o temor da saída intempestiva (a la equipes japonesas) se os negócios nao corresponderem no "ritmo dos negocios". Isso é ruim. Ingredientes p/ uma supertemporada existem, mas vai depender dos dirigentes e fiscais colocarem o esporte em primeiro plano. FOTA x FIA e lambanças de fiscais torraram nossa paciência nas 2 últimas temporadas. LET THE DRIVERS RUN
De onde vem a imaghem que ilustra seu post? Estou curioso a seu respeito.
realmente se essa ruptura vier e fazer das corridas boas, eu agradecerei. Todos agradecerão. Mas essa pontuação eessas equipes novas meio suspeitas...sei não, estou com o pé atrás...
Erico, é uma espécie de concurso de uma empresa que tem um software de design. Entra aqui: http://www.blenderf1.com/
Abs!
Tambem estou animado com essa próxima temporada. O fim do reabastecimento e os treinos de sábado onde o mais rápido é quem fica com a pole e não o mais leve devem melhorar o espetáculo.
Agora só faltava proibir claramente no regulamento os duplos difusores, pois eles vão contra a ideia original de facililitar as ultrapassagens através da introdução das asas maiores na frente e mais altas na traseira dos carros.
Quando vi a imagem, logo me lembrei dessa matéria: http://tazio.uol.com.br/indy/textos/15492/ Só quero ver isso! Parece revolucionário!
Não sei se a tentativa é assim tão válida, Ico.
Quando são justo as mudanças que tornam o esporte uma comédia, a mudança em si passa ser uma doença. Combater mudança com mais mudança é aumentar a doença...
Precisamos é de um antídoto pra essa filosofia robotizada da mudança. Ainda acho que o buraco é mais embaixo, especialmente lá nos anos 60 e 70...
Veja tb esses modelos futuristas no blog bandeira quadriculada, de 15 dez 2009. Muito mais interessantes
eu ouço tantos comentários desfavoráveis a estas mudanças, dizendo que essa não é mais a F1, pois F1 é jogar fora bilhoes para cada corrida e ter só o máximo do máximo...
nao concordo: talvez esta seja "de novo" a F1, depois desses anos destorcidos só jogando fora milhoes...
a historia da f1 é feita de lotus, willams, mclaren e ferrari (de uma vez!), que originariamente eram apenas uns apaixonados do esporte que construivam chassis e as vezes motores artesanalmente... treino nem existia, era só sexta sabado e domingo... aquela era F1!
Quanto aos testes ,sou a favor do esquema atual ,acho que o Kobayashi é prova de que ,piloto bom senta e manda ver,acho que vai ser melhor quanto a qualidade.
Se o cara for meia boca não terá chances de pegar a mão e assim a roda anda.
Postar um comentário