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domingo, 30 de janeiro de 2011

MUITOS CACIQUES NA RENAULT

A chegada do Grupo Lotus na Renault gerou um esperado conflito no comando da equipe. De um lado, o turco-suíço Dany Bahar, CEO da montadora. Do outro, o francês Eric Boullier, chefe do time de Fórmula 1. O início dessa relação mostrou que não há muito espaço para os dois comandarem as ações e já surgem notícias de pequenos conflitos entre eles. Um certamente é em relação ao terceiro piloto do time.

Há alguns dias o time anunciou o malaio Fairuz Fauzy como piloto de testes - uma escolha sem sentido do ponto de vista técnico mas necessário para satisfazer os desejos dos chefes do grupo Próton, os donos da Lotus Cars e que são, afinal, os que assinam o cheque.

Mas havia a necessidade de um piloto de verdade. Boullier queria Romain Grosjean, seu protegido dentro do programa de pilotos Gravity. Hoje, o piloto deu entrevista à tevê francesa confirmando que realmente fará esse papel. Mas pode ser que não seja o único.

O brasileiro Bruno Senna negociou com o time com certa intensidade neste mês de janeiro. Seu nome cai como uma luva para a intenção de Bahar em associar a marca Lotus com a Fórmula 1, na sua disputa com Tony Fernandes. As conversas atingiram um bom estágio mas, de todas as fontes que eu consultei, nenhuma pôde confirmar se um acordo foi sacramentado.

A resposta teremos amanhã. Se apenas Grosjean for confirmado no lançamento do R31, saberemos que Boullier ainda tem a palavra final no time. Se o brasileiro estiver junto e com o mesmo status, fica claro que há uma divisão no comando - o que, a médio prazo, pode gerar conflitos no time. Eventualmente, Bruno pode até estar lá e com um status melhor que Grosjean, já que o francês vai disputar a GP2 e não poderá andar às sextas-feiras. O brasileiro, eventualmente, sim.

Não nos esqueçamos também na influência do grupo de russos que apoia Vitaly Petrov e coloca uma boa injeção financeira na equipe. É muito cacique para pouca tribo.

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

ESPECIAL 2009 – OS DEZ PIORES

A turbulenta temporada da Fórmula 1 teve pontos negativos de sobra. Aqui a minha compilação do que mais chamou a atenção nesse quesito. Infelizmente, os escândalos estiveram no topo de tudo e sobraram opções para uns quinze itens. Espero no ano que vem ter mais dificuldades para essa seleção.



10 – Adrian Sutil em Cingapura

cansei de ver esse tipo de manobra no Grand Prix Legends, mas não esperava isso na Fórmula 1. Depois de bater rodas com o errático Jaime Alguersuari e rodar, Adrian Sutil resolveu dar um cavalo-de-pau para voltar para a pistabem no meio do tráfego. Arrebentou o carro de Nick Heidfeld e o respeito que os colegas tinham por ele. Foi o “Momento Paul Tracy” do ano. Da década, melhor dizendo.


9 – Coletiva de Lewis Hamilton na Malásia

Com a cara de um filhote expulso da ninhada e a voz hesitante, Lewis Hamilton encarou os jornalistas da Fórmula 1 para pedir desculpas públicas pelo chamado “escândalo da mentira”. Um momento constrangedor de tentar explicar o inexplicável. A mídia inglesa, para quem a maneira de se comportar de um campeão do mundo e tão ou mais importante que o feito, caiu de pau. Teria sido melhor ficar quieto. Michael Schumacher nunca teve que explicar porque transformou a Rascasse num estacionamento.


8 – Kazuki Nakajima

Se a Williams perdeu o sexto lugar no Mundial de Construtores para a BMW Sauber na última corrida, a culpa foi de Kazuki Nakajima. Afinal, os 34 pontos e meio conquistados pela equipe em 2009 vieram do outro lado da garagem, o do alemão Nico Rosberg. Como um autêntico zero à esquerda, o japonês chegou ao fim do ano sem ter seu nome ligado a nenhuma equipe, mesmo o pessoal na finada Toyota havia perdido as esperanças nele. E, o pior, ninguém no ambiente sempre cínico da Fórmula 1 perdeu tempo falando mal dele. Vai embora e ninguém vai perceber sua ausência.


7 – Giancarlo Fisichella na Ferrari

Claro, Luca Badoer foi a catástrofe do ano: irremediavelmente lento, completamente fora do ritmo e sem confiança no equipamento. Trágico, sim, mas a posterior participação de Giancarlo Fisichella com a equipe de Maranello salvou a imagem do pobre Luca. Afinal, além de limitado, Badoer não disputava uma corridamais de dez anos e não teve contato com um F-1 nesta configuração aerodinâmica e com pneus slicks antes da estréia em Valência. Era um naufrágio anunciado. Fisichella é um piloto mais competente e chegou na Ferrari depois de um resultado impressionante com a Force Índia. Sua missão era ajudar a Ferrari a se manter emlugar entre as equipes, somando alguns pontinhos. Falhou fragorosamente. Seu sonho de pilotar pela equipe virou um pesadelo – e uma das maiores decepções da temporada.


6 – Romain Grosjean

Não precisa nem levar em conta a confusão que a decisão gerou: estava na cara que a chegada de Romain Grosjean na Renault era a troca de seis por demi-douzaine. Foi até pior, pois o desempenho do francês nas provas que disputou lembrou o Nelsinho Piquet do início de 2008: afoito, inseguro, com muitos erros, acidentes e nenhuma produtividade. Além de queimar seu nome para a categoria, as sete corridas que fez serviram para confirmar que as apostas de Flavio Briatore, na maioria das vezes, são furadas.


5 – BMW Sauber

Em 2008, a equipe bávaro-suíça abdicou do desenvolvimento de seu carro – e por tabela de brigar pelo título da temporadapara se concentrar no modelo deste ano. Também foi o time que mais insistiu no uso do KERS, apostando que seria a arma secreta para dominar o ano. Dois tiros n’água. O F1.09 foi um carro natimorto: o dispositivo não funcionou a contento e foi logo descartado, depois do projeto todo ter sido feito em torno dele. Depois do fracasso esportivo, veio o inesperado anúncio de que a marca estava deixando a categoria depois de apenas quatro temporadas como equipe própria. Com o rabo entre as pernas.


4 – Heikki Kovalainen

A McLaren começou o ano com um dos piores carros do grid, mas conseguiu virar o jogo a partir do meio da temporada e venceu duas corridas com Lewis Hamilton. Heikki Kovalainen? Bem, não subiu nenhuma vez ao pódio, um feito particularmente incrível em Valência, uma pista onde nãopontos de ultrapassagem, quando largou da segunda posição e terminou em quarto lugar. O finlandês não é nenhum novato e teve a partir da Alemanha um equipamento competitivo em mãos. Mesmo assim, terminou com o mesmo número de pontos que Felipe Massa, que pôde disputar nove corridas no ano. Um desastre total.


3 – FIA versus FOTA

A briga pelo poder na Fórmula 1 neste ano lembrou a de tempos remotos, quando algumas letras eram diferentes: Fisa versus Foca. E foi o motor de todos os outros escândalos do ano, tudo manobras políticas no complexo tabuleiro da categoria, onde o bem-estar da mesma não preocupou ninguém. O duelo não ocupa o topo dessa lista porque (infelizmente) ainda não acabou. E a impressão que fica é que “casualidades de guerracomo Max Mosley e Flavio Briatore farão de tudo para voltar aos holofotes assim que possível. Embrulha o estômago de imaginar...


2 – Falta de ultrapassagens

Novo pacote aerodinâmico, asas móveis, KERS. As novidades no regulamento técnico da Fórmula 1 visavam apenas um objetivo: melhorar as chances de ultrapassagem. Mas as corridas de 2009 foram, com raras exceções, uma procissão de monotonia com apelo reservado para os que se interessam em entender questões de estratégia. Se os difusores duplos foram o instrumento para o fracasso da idéia, a (proposital) indecisão da FIA na hora de esclarecer a regra manchou o início do campeonato e o trabalho de muita gente. Novas idéias para 2010, principalmente o fim do reabastecimento, podem causar algum impacto no problema. Resta ficarmos na torcida para que, desta vez, seja um impacto positivo.


1 – Cingapura 2008

É mesmo muito grave a conspiração de causar um acidente para favorecer um outro piloto da equipe e conseguir um resultado que salvasse a pele de todos? É óbvio que sim. A Fórmula 1 viveu suas histórias de espionagem industrial e a flutuação de informações que acompanha as transferências de engenheiros é inevitável e mais ou menos aceita. Assim como pilotos que recebem ordens para ceder posição ao companheiro de equipe. Mas naquela noite de setembro os já frágeis alicerces do esporte foram completamente ignorados, assim como a segurança do executor, de seus colegas e também do público. Foi um golpe muito baixo, de gente sem escrúpulos e/ou força moral. E a motivação vingativa com que a história veio à tona mostra mesmo que se trata de um conto de desclassificados, ainda que o efeito colateral do episódio – a saída de Briatore do esporte – tenha sido positivo.

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

UM ANÚNCIO, VÁRIOS SIGNIFICADOS

Depois que a Ferrari confirmou Fernando Alonso em Suzuka, já era esperada uma sucessão de anúncios colocando mais movimento no mercado de pilotos. O primeiro veio hoje, e foi o da Renault anunciando que Robert Kubica corre na equipe “de 2010 em diante”. Nas entrelinhas uma série de informações.


A primeira: a saída da marca da F-1 era dada como certa ao longo da temporada, mas a situação mudou e um compromisso de continuidade parece ter sido acertado em troca da “pena sem punição” aplicada pela FIA no veredicto do escândalo de Cingapura-08.


A segunda: embora muitas equipes jamais dão informações sobre a extensão do contrato de pilotos, pode ser mesmo que o de Kubica seja por apenas um ano. Tanto pelas incertezas sobre o futuro da equipe a um longo prazo, quanto ao desejo do polonês de um dia correr pela Ferrari, de preferência ao lado de seu melhor amigo no paddock Fernando Alonso.


A terceira: o segundo piloto não foi confirmado, mais um sinal claro que a vaga de Romain Grosjean está por um fio. Seu trabalho não agrada à nova direção da equipe. A possibilidade de Lucas di Grassi correr em Interlagos foi classificada por ele próprio comopequena”, mas nãopara descartar a possibilidade do time experimentar o brasileiro numa prova para avaliar melhor o seu potencial. Para ver outros nomes que poderiam correr ao lado de Kubica na Renault, basta olhar para o mercado: Heikki Kovalainen, Nick Heidfeld, Timo Glock...


O que ainda emperra algumas confirmações são os detalhes sobre a contratação de Kimi Raikkonen pela McLaren. O finlandês exige poucos eventos de relações públicas e muitas etapas do Mundial de Rali – a equipe gostaria justamente do contrário. Quando isto se acertar (porque deve ser acertado), cairão outras duas peças-chave do quebra-cabeças: Nico Rosberg na Brawn e Rubens Barrichello na Williams.


O resto é um amontoado de interrogações ainda. A Toyota tem que se virar entre Kovalainen, Nakajima, Trulli e Glock. Para mim, o sinal mais significativo até agora de que o time vai mesmo fechar as portas. Red Bull e Toro Rosso estão acertadas, Sauber/Qadbak ainda não tem vaga assegurada, e as quatro novatas possuem um grid inteiro de candidatas – vale a pena esperar mais um pouco para ver o quadro esclarecer por lá.

terça-feira, 18 de agosto de 2009

O QUE ESPERAR DE GROSJEAN?

Como previsto, a Renault esperou a confirmação da sua própria participação no GP da Europa para anunciar a chegada de Romain Grosjean à equipe. Aos 23 anos de idade, o “francês” chega à Fórmula 1 sob a tutela de Flavio Briatore – algo que explica as aspas em sua nacionalidade. O piloto nasceu, cresceu e sempre viveu em Genebra, mas passou a correr com licença francesa assim que entrou no programa de jovens pilotos da Renault, aconselhado a fazer isso pelo próprio Briatore.


O pai dele, Christian, justificou a situação desta forma para a jornalista suíça Agnes Carlier. “Romain é suíço, também em sua mente. Mas toda sua formação como piloto foi feita na França, dentro do principal programa de jovens talentos do país (n. R: ele se refere ao programa da FFSA, a federação francesa de automobilismo, que é comandado por Jean Alesi e do qual Grosjean participou). Assim, é lógico ele correr com uma licença francesa”, disse o pai, que é também um dos principais advogados da Renault.


É uma argumentação um pouco torta. Na Suíça nãoautomobilismo e o compatriota de Grosjean, Sebastien Buemi, jamais se viu impelido em correr com uma licença de outro país mesmo tendo feito toda sua carreira de base na Alemanha e patrocinado por uma empresa austríaca.


Questões nacionais à parte, o novato chega na Fórmula 1 tendo passado com sucesso pelas categorias de base, com títulos na F-Renault suíça (disputada na França) e francesa, na F-3 Européia e na série asiática da GP2. No certame principal da categoria, onde a concorrência é mais forte, voltou a andar entre os primeiros, mas apresentou uma tendência a cometer erros freqüentemente sempre que colocado sob pressão.


Neste ano, teve um início excepcional de temporada, mas despencou rapidamente depois. Muitos jornalistas europeus, entre opinião e brincadeira, creditavam sua iminente entrada na F-1 no lugar de Nelsinho Piquet como uma maneira encontrada por Briatore para preservar sua imagem, evitando uma derrota na GP2 para o estreante Nico Hülkenberg.


A questão psicológica é realmente o grande ponto de interrogação sobre Romain Grosjean. Sua entourage inclui um preparador físico, Igor Joly (que era seu professor de tênis na juventude quando o garoto disputava torneios juvenis e sonhava com uma carreira no esporte); e uma psicóloga, Esther Müller, que trabalhou com o multicampeão Roger Federer.


Mais do que nunca, ela terá um papel fundamental para manter o foco de seu pupilo na pilotagem, blindando-o da pressão inerente da F-1, que é ainda maior numa Renault carente de resultados e focando seus esforços num piloto excepcional por si que é Fernando Alonso. A pressão ali não será pouca e resta saber se o francês (a partir de agora, vai sem aspas) terá maturidade para encará-la.


Foi o que perguntei a Nelsinho Piquet na ótima entrevista do brasileiro ao final do GP da Hungria. Ele elogiou o piloto, mas deu sua opinião sobre o homem. “Ele é um bom piloto, muito rápido. Andou bem sempre que testou com um Fórmula 1. Como pessoa, acho ele um pouco imaturo, mas não significa que isso o atrapalhe quando ele se senta no carro”, afirmou.


Romain Grosjean faz o estilo tímido, de falar pouco e sorrir com dificuldade. Isso acaba às vezes lhe dando um ar de arrogante, pois ele evita o contato no olho normalmente mirando o céu. E costuma não responder quando interpelado por quem não conhece. Precisa tomar cuidado para não acabar com essa etiqueta no paddock da F-1, onde a primeira impressão é a que fica.


Em mais um curioso background na vida da família Grosjean, Romain foi criado por uma babá brasileira que hoje mora com ele, desde que ele deixou a casa dos pais no ano passado. Antes que pensem besteira, o rapaz tem namorada: é a repórter da tevê francesa Marion Jolles, uma das maiores beldades que circulam no paddock.


Mais do que ver as entrevistas entre os dois, será curioso observar seu desempenho nessas provas iniciais do campeonato. Com a iminente saída de Alonso para a Ferrari, Grosjean é a aposta de Flavio Briatore para o futuro da Renault (ao lado de Kubica?). Pode ter tido várias portas abertas para chegar (pai, empresário, passaporte), mas sempre correspondeu às ajudas com resultados na categoria de base. Terá de fazer o mesmo agora, mas acabou a sopinha no mel. Chegou a hora de comer a rapadura.